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sexta-feira, 6 de maio de 2011


                       Relato da Formação do Siga  realizada no municipio de Lucas do Rio Verde

Para este encontro formativo foram previstos 3 dias(27,28 e 29/04) totalizando 24 horas. O encontro teve como objetivo reunir professoras alfabetizadoras, articuladoras, coordenadore(a)s, diretoras e assessoria Pedagógica. Neste sentido, o encontro consiste em implantar e implementar o SIGA, Sistema de Gestão da Aprendizagem no 1º ciclo de formação humana. Conforme agenda, aconteceu no CEJA , município de Lucas do Rio Verde envolvendo as Escolas Estaduais: Luiz Carlos Ceconello, Angelo Nadim, Cândido Portinari e Joaquim Barbosa. O Planejamento compreendeu  três momentos:
1.       Estudos de Concepções e Fundamentos das Orientações Curriculares da  alfabetização  articulados ao SIGA
2.       Planejamento coletivo: Articulando teoria à prática. Num movimento reflexão-ação-reflexão da práxis pedagógica;
3.       Interação com o Sistema informatizado: Treinamento SIGA.

   Para iniciar as atividades, no dia 27/04, a Professora formadora do Cefapro Sueleide Alves da Silva Pereira, desejou boas vinda e socializou a agenda formativa do encontro aos participantes. Em seguida, apresentou como dinâmica a estratégia de contação de história “O caso do bolinho” de Tatiana Belinky, com o intuito de suscitar nos profissionais da educação, o prazer e hábito da leitura nas crianças do 1º ciclo. Os professores discutiram sobre a importância da literatura infantil no 1º ciclo e das possibilidades de estratégias de leitura e contação de histórias. Como sugestão de produção de material para atender essa necessidade, a Professora Sueleide Alves da Silva Pereira, sugeriu que os professores consultem o blog htp://oficinasdehistorias.blogspot.com.

   No primeiro momento, foram formados grupos de estudos das Orientações Curriculares do 1º ciclo por área do conhecimento: Linguagens, Humanas e Natureza e Matemática com o objetivo de estudar, sistematizar e socializar saberes articulando à práxis pedagógica. Além das Orientações Curriculares, foram distribuídos textos para estudos e seminários. No período matutino os professores realizaram os estudos, discutiram nos grupos. À tarde, apresentaram suas ponderações/conclusões.Esteve presente no encontro a Sra Esther Barth, Assessora Pedagógica do município de Lucas do Rio Verde, que saudou os profissionais e assinalou  a importância da formação para a qualidade da educação tão desejada. Foi um dia significativo que envolveu estudos, sistematização e discussão, onde os profissionais tiveram oportunidade de compartilhar angustias,experiências, dúvidas e certezas. Esse momento foi diversificado com brincadeiras e canções infantis. Considerando ser o período de 25 à 29 de abril, a semana da educação pública de qualidade, o grupo entendeu que  a qualidade da educação,  perpassa  pelo financiamento, formação e valorização da carreira e que esse se constitui como momento onde alfabetizadoras se reúnem para debater  sua área específica.Para tanto, foram disponibilizados para estudos  os textos:
1.Orientações Curriculares do 1º Ciclo nas áreas do conhecimento.  
2. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania; Roxane Roxo
3.Alfabetização hoje: Onde estão os métodos? - Izabel Cristina da Silva Frade
4.Usando textos instrucionais na alfabetização sem manual de instruções.
5. Literatura na alfabetização? Que história é essa?Brandão, Calland e Rosa
6. Concepções e metodologias da alfabetização: Por que é importante ir além da discussão dos velhos métodos?Artur de Mora
Metodologia: Foram formados grupos de trabalho:
1º momento: leitura/apontamentos;
2º momento: socialização da sistematização
3º momento: Relato reflexivo

  No dia 28/04, o planejamento apontou para atividades práticas com o objetivo de articular teoria à prática, haja vista os estudos das Orientações Curriculares no dia anterior. Para iniciar as atividades a Coordenadora Sonia da escola Luiz Carlos Ceconello fez uma oração. Em seguida a Professora Sueleide socializou a contação de histórias a versão da fábula de La Fontaine “A cigarra e a formiga”. Na seqüência, em atendimento à proposta da formação, articular teoria à prática, foram realizadas sequências didáticas envolvendo atividades práticas. A Professora Sueleide distribuiu orientações  para auxiliar na alfabetização de crianças de 6 à 8 anos. Esta atividade teve como objetivo compor  o texto informativo,  conforme numeração indicada.Os eixos de referencias são leitura, escrita e oralidade, sendo uma atividade que deve envolver todas as áreas do conhecimento.  Para crianças, a dinâmica pode ser realizada com gêneros textuais: texto instrucional, listas, receitas, fábulas, entre outros. A leitura pode se dá em diversas ordens: por blocos, por grupos e pode ser comentada quando se tratar de idéias descentralizadas, que não compõe um texto único, como o caso em questão.
Que outra função tão importante tem a escrita que não a de comunicar? Pois desde bem cedo a criança pode perceber isso, pelas atitudes dos pais. Deixe recadinhos na porta da geladeira, escreva cartas e estimule-a a fazer o mesmo (mesmo que saiam apenas rabiscos. Lembre-se: nessa fase do desenvolvimento, não se erra, se tenta acertar). 'Vou escrever uma carta para a vovó contando como estamos. O que você quer que eu conte para ela?'. Recebeu uma carta ou encontrou um recadinho em casa? Leia em voz alta. "Procure incluir a criança sempre que uma situação de comunicação escrita se apresentar na casa", aconselha a educadora Maria Claudia.
Num ambiente alfabetizador, é importante que a família chame a criança, desde muito cedo, para participar de algumas ações, de forma que ela presencie o contato com a língua escrita, percebendo suas várias funções. Na culinária isso pode acontecer de maneira descontraída e divertida. Durante a receita de um bolo, por exemplo, vá perguntando para a criança: "Vamos ver o que falta colocar? Ah, ainda preciso colocar 3 ovos, está escrito aqui".
Ler para a criança pequena tem muitos benefícios e, num ambiente alfabetizador, é a primeira exigência a ser feita, pois é por meio de pais e professores que a criança passa a ter contato com a língua escrita. "Quando a mãe lê uma história para a criança, ela é leitora junto com a mãe", acredita Maria Claudia Rebellato. Leia com frequência para seu filho: gibis, revistas, contos de fadas... Leia mais de uma vez o mesmo livro, pois isso é importante para a criança começar a recontar aquela história depois, no papel de leitora, inclusive passando as páginas do livro corretamente.

O que pouca gente lembra é que o ato de leitura deve começar muito cedo, com crianças que ainda estão longe de serem alfabetizadas. "É assim que os pequenos vão percebendo a relação entre as linguagens oral e falada; vão identificando as várias funções da escrita, para que serve cada gênero textual; e vão se tornando leitores e escritores", coloca a especialista. Ao ouvir histórias, a criança acaba percebendo que a leitura é feita da esquerda para a direita (importante para o momento em que ela vai começar a riscar), consegue diferenciar o que é texto do que é desenho, começa a notar que as palavras são escritas separadamente formando frases que fazem sentido e a adquirir noção de volume de texto. "É comum, por exemplo, a criança perceber quando a mãe está pulando trechos da história (geralmente porque ela já está cansada e quer dar uma resumida na historinha). A criança vira e fala
tem mais coisa aí, mamãe. Isso mostra que ela está já está amadurecendo como leitora e, embora ainda não leia, já faz o que chamamos de pseudoleitura", observa a Maria Claudia.
Essa é a premissa mais básica de qualquer ambiente alfabetizador. A criança forma valores a partir de bons modelos e, assim, ter pais leitores é fundamental para ela aderir à leitura. "Estante de livro não pode parecer santuário. As crianças têm de observar que os pais estão sempre mexendo ali, escolhendo um livro, lendo-o e comentando-o com a família", acredita Cida Sarraf. E não apenas os livros. A leitura de revistas e jornais também tem de ser um hábito dos pais.

Os pais também têm de prestar atenção ao ambiente em que fazem sua leitura, passando a impressão de que ler é prazeroso, mas também é coisa séria. O ambiente deve ser tranquilo, sem muitos ruídos, com boa iluminação, e deve-se sentar com a postura corporal correta, para não se cansar rapidamente.
Alguns produtos são recorrentes na dispensa de nossas casas e as crianças acabam se acostumando com a presença deles. Aproveite momentos de descontração, como durante as refeições, para ler os rótulos junto com seu filho. "Com o tempo, ele começa a ler por imagem, por associação. Ele pode ainda não estar alfabetizado, mas já sabe o que está escrito naquela embalagem", explica a especialista Maria Claudia Rebellato. Segundo ela, os rótulos são interessantes de serem lidos porque, na maioria dos casos, são escritos em letra CAIXA ALTA, que é a qual a criança assimila antes da letra cursiva.
Esta aí uma tarefa pra lá de corriqueira: fazer a lista de compras do supermercado. Num ambiente alfabetizador, o momento pode ser aproveitado: chame a criança para preencher a lista com você e faça com que ela perceba que você anota no papel as coisas que irá comprar, para consultar lá no mercado (uma forma de ela relacionar a linguagem oral com a escrita). Vá conversando com ela: "Vamos anotar para não esquecer. O que mais vamos ter de comprar? Então, vamos escrever aqui". Deixe que ela acompanhe com os olhos o que você está escrevendo e vá falando em voz alta.
Placas de trânsito, destino de ônibus, outdoors, letreiros, panfletos, faixas... onde quer que frequentemos estaremos sempre em contato com o mundo letrado e é ótimo que os diferentes elementos sejam aproveitados com a criança. "Dá para levar em forma de brincadeira. 'Olha filho, tem uma placa igual a essa em frente à nossa casa. Sabe o que está escrito nela?' ou ainda 'Olha, filho, esse ônibus vai para Cajuru. Cajuru também começa com Ca, igual o nome da mamãe, Carolina'. É por meio dessas situações que a criança vai percebendo as diferentes funções da escrita e fazendo associações", acredita Maria Claudia. Segundo ela, é uma forma não de ensinar/aprender, mas de brincar com as letras, com as palavras, com a escrita e a leitura.
Escrever nos convitinhos de aniversário é uma etapa da festa da qual a criança precisa participar. Pergunte a ela: "o que teremos de escrever nos convites? Precisamos dizer onde vai ser e a que horas". Isso pode ser feito desde o primeiro aniversário da criança, repetindo nos anos seguintes, até chegar a vez em que ela própria irá querer escrever sozinha, com sua letrinha.

Outra atitude interessante é escrever cartões de aniversário ou de casamento na frente da criança. "Esses nossos amigos irão se casar. Vamos escrever uma mensagem a eles para enviar junto com o presente?". A situação pode ser corriqueira para você, mas para a criança tudo é novidade. Participe-a desses momentos. Nos aniversários das pessoas da família, incentive-a a escrever algum cartão, mesmo que ela faça apenas desenhos. Pergunte que mensagem ela quis passar e em seguida faça um elogio ao seu trabalho.
A agenda telefônica é um bom objeto a ser explorado com as crianças. Ela mostra, claramente, o que é texto e o que é número, com a função de cada um deles. O texto é usado para escrever o nome das pessoas ou dos lugares, enquanto o número é utilizado para informar o telefone. No dia a dia, chame a criança para observar essa diferença. "Olha filho, deste lado ficam os nomes das pessoas e deste o número do telefone delas. Vamos ver qual o número da casa da titia?".
Brinquedinhos com palavras e números, calendários, jogos de computador, álbum de fotografia com legendas, scrapbook, tudo isso pode estar no ambiente de convivência da criança, mas... desde que realmente sejam usados por ela, e não funcionem como meros enfeites do seu quarto. "A criança tem de perceber a função de cada um dos elementos que é posto para ela", reitera Cida Sarraf. Houve um tempo em que pais e professores acreditavam que bastava etiquetar os objetos (etiqueta com a palavra cama na cama, com a palavra armário no armário) para as crianças se familiarizarem com a língua. Mas as pesquisas mais atuais mostraram que os diversos gêneros textuais precisam estar presentes e serem usados dentro de uma função comunicativa. Portanto, quando for montar um álbum com fotos de uma viagem, chame a criança para legendar cada foto com você. "Você lembra como se chamava este lugar? Vamos escrever aqui para sabermos daqui a um tempo".


Os professores avaliaram essa atividade: Promover o hábito pela leitura, a concentração, principalmente porque é uma proposta que possibilita a construção de textos instrucionais.
A segunda seqüencia didática foram mensagens de A à Z, distribuídas aleatoriamente, onde houve reflexões para que  os professores reconhecem o  principio alfabético. A finalidade de desenvolver capacidades de leitura, oralidade e escrita, onde os alunos reconhecessem a ordem alfabética. A atividade sugerida envolveu textos de palavras e mensagens dependendo do nível da turma e/ou do aluno. É uma proposta que pode ser ampliada na formação de palavras.

No horário da tarde, a Profª Sueleide iniciou as atividades contando histórias, o avental de histórias “Menina bonita do laço de fita” de Ana Maria Machado. Em seguida, fora organizada mais uma seqüencia didática com o gênero acróstico. Nesta atividade, foi sugerido que cada uma escrevesse seu nome e a partir dele construísse o acróstico. Cada um apresentou o seu e foram socializadas várias possibilidades de atividades a partir desse gênero textual. Na seqüencia, foi trabalhado o gênero lista onde os professores escreveram nomes de frutas, cidades e animais, formaram listas e a partir daí formaram grupos para realizar o planejamento coletivo. Para orientar o Nplanejamento a Profª Sueleide distribuiu entre os professores possibilidades de sequência didática que contemplem: Eixos/Capacidades a desenvolver, temática, área de abrangência, descritores, metodologia, reflexões, recursos e avaliação. Após reunião de planejamento, os professores socializaram  as seqüências didáticas.Durante a socialização, houve discussão das propostas.Convém destacar que  embora esses aspectos sejam apresentados sistematicamente numa seqüência linear, na práxis, constituem como  processo. Também foram recolhidos os registros das  sistematizações  dos grupos de estudos referentes aos temas estudados.

Para o dia 29/04, foram apresentados para reflexão da práxis, fragmentos extraídos das sistematizações dos estudos realizados pelos  professores  no primeiro dia da formação com o objetivo da valorizar a cultura escrita dos mesmos, e assim fomentar a metodologia na prática com as crianças.  Na seqüencia, os professores leram o texto  alfabetizado. Onde houve reflexões e socialização sobre o que significa estar alfabetizado na 1ª, 2ª e 3ª fase do 1º ciclo e a relação/implicação  desses pontos com o diário eletrônico.Também foram registradas ponderações  sobre como as crianças representam o sistema de escrita, no que se refere às hipóteses das representações  das crianças do 1º ciclo.Para consolidar, foram apresentados os slides das hipóteses da escrita das crianças de 6 à 8 anos.  Em seguida, como memória, foi socializado em slides,os princípios e fundamentos do SIGA tendo como referencial as  Orientações Curriculares do Estado de Mato Grosso.Foi destacada a importância do espaço da leitura e possibilidades de organização.  Cantando a música “Peneirei o Fubá” os professores realizaram um exercício dos procedimentos no mapa de freqüência e leitura. Para tanto, os profissionais da educação esclareceram dúvidas sobre estratégias de leitura, o sistema e os mapas. Durante a discussão, surgiram várias possibilidades de encaminhar o espaço da leitura de modo a priorizar a disponibilidade dos livros com o intuito de atender todos os alunos. Também foi discutida a possibilidade de estar trabalhando não apenas o gênero literatura infantil, mas todos os gêneros textuais.     Durante o debate, vários pontos foram discutidos:Como apresentar os livros, como selecionar os livros?Onde devem ficar os livros, Quantos livros os alunos devem ler, Os alunos podem levar os livros para casa? O MEC enviará caixas de livros? Essas e outras discussões fizeram partes do debate. A Professora Sueleide orientou que os professoras distribuam para que todas as crianças conheçam os livros, de forma lúdica e natural, porém sem perder de vista a intencionalidade de desenvolver na crianças as capacidades ligadas às áreas do conhecimento: valorizar a cultura escrita,falar, escutar, representar, ler  e produzir . Também foi socializado vídeos: Os Processos de Alfabetização: Como a criança representar a escrita. Para esse momento foi pensado uma discussão da articulação teoria e prática pedagógica. No período vespertino, aconteceu no laboratório de informática a interação com o sistema, na base de treinamento Sigeduca. Neste momento a Professora Sueleide orientou as professoras para que com seu login e senha acessem o sistema, selecionando o 1º bimestre, turma e turno. Em seguida, houve um exercício de inclusão da avaliação da turma, selecionando as capacidades para a fase específica. O próximo passo foi selecionar as capacidades desenvolvidas pelo aluno (a) e adotar medidas para os alun(o)s que não desenvolveram tais capacidades.A Prof Sueleide destacou a importância do Planejamento coletivo, que as professoras devem selecionar coletivamente as capacidades para cada fase como também possibilidades de  seqüencia didáticas capazes de sustentar os fundamentos para que as crianças sejam leitores  e produtores competentes. Também destacou a importância do professor leitor, que investiga, estuda, reflete,avalia e intervem frente às ações educativas.  Para finalizar o encontro, foi realizada uma avaliação coletiva, onde os profissionais registraram suas ponderações/contribuições a respeito do encontro.
Analisando a formação: é perceptível o comprometimento das professoras com a ação educativa, porém a necessidade de formação é latente. Em suas práticas as professoras revelam a carência de uma concepção de educação emancipadora que possibilite a reflexão e ação da práxis pedagógica. dos fundamentos.Nesse entendimento,os professores entendem que a mudança da práxis requer  perpassa pela da formação continuada. 

Profª Sueleide Alves da Silva Pereira
Cefapro/Sinop

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